Ter acesso à informação, há tempos atrás, era privilégio de algumas classes sociais, primeiro da igreja e posteriormente das altas classes sociais. Com a invenção da prensa e a popularização da produção de livros, a população começou a ter maior contato com a informação. Com isso houve um maior interesse das próprias pessoas em se alfabetizarem, o que ia contra às classes dominantes da época, como a Igreja Católica. Esta acreditava que quando alguém lia sozinho, por exemplo, podia interpretar as coisas à sua maneira, e por isso era contra a disseminação do conhecimento a “qualquer um”.

Não foi um processo rápido, mas com a informação mais acessível, a população se via em outro cenário, não mais dependente somente das informações que se passavam à ela, mas autônomas em relação a busca de novos conhecimentos.

Podemos comparar esta mudança de paradigmas com a popularização da internet, com o barateamento dos celulares e a disseminação de planos de internet portátil. Passamos a viver um momento que não precisamos mais buscar informação, ela vem até nós sem nem querermos.

E comparando com algo que antigamente era restrito, a internet hoje nos dá a possibilidade de termos o conhecimento que desejamos. Mas ao mesmo tempo estamos extrapolando essa barreira com tanta informação que chega. Onde não há filtros e toda a população estão sendo atingida.

Excesso de informação

O acesso à informação que deveria ser algo bom, tem se misturado a diversas conspirações lideradas por grupos de interesse específico a fim de influenciar a população menos instruída. O privilégio de ter informações e conhecimento está sendo utilizado contra nós. E devido à educação precária no país, as informações chegam e são tratadas como verdades absolutas, argumentos rasos em uma discussão sem objetivos, visões extremistas onde não espaço para a reflexão e nem para ouvir o outro ponto de vista.

Estamos vivendo um apocalipse em que cada um tem a sua verdade e vive na bolha de informações em que se acredita.

Cabe a nós refletirmos como educadores, pais e críticos, que país queremos para o futuro próximo? Que educação queremos disseminar? Que seres humanos queremos formar? O discurso que transmitimos está de acordo com nossos desejos?

Espero que não seja tarde quando acordarmos!

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